Produção de açúcar do Brasil promete ser forte e ajuda no superávit global, diz Datagro

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Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) – A safra de açúcar do Brasil 2025/26 deve ser grande, apesar do início lento da colheita, e ajudará a construir um superávit esperado no mercado global de 1,53 milhão de toneladas em 2025/26, afirmou a consultoria Datagro nesta quarta-feira.
As chuvas acumuladas de outubro a abril na principal região açucareira do Brasil, o centro-sul, foram próximas das melhores dos últimos cinco anos, ajudando a restaurar a umidade do solo na região, disse Plínio Nastari, presidente e analista-chefe da Datagro, durante a Conferência CITI ISO DATAGRO NY Sugar & Ethanol.
O superávit de açúcar esperado ocorre após um déficit de 4,67 milhões de toneladas em 2024/25, disse Nastari, com safras maiores projetadas para Índia e Tailândia também ajudando a aumentar a disponibilidade global de açúcar.
A Datagro projetou a produção de açúcar do Brasil na safra 2025/26 em 42,04 milhões de toneladas, acima dos 40,17 milhões de toneladas da temporada anterior. A Índia deve aumentar a produção de 26 milhões de toneladas para 31,6 milhões de toneladas, enquanto a produção da Tailândia deve crescer de 10,05 milhões de toneladas para 11,18 milhões de toneladas.
Nastari disse que as usinas brasileiras estão adiando o aumento nos volumes de moagem para dar mais tempo para a cana crescer, já que as chuvas em abril foram favoráveis. Isso significa que o país provavelmente terá uma segunda metade da colheita mais forte.
A moagem do Brasil foi decepcionante no primeiro mês de colheita.
A visão da Datagro sobre a oferta global é semelhante a outras projeções apresentadas durante a New York Sugar Week, um encontro anual de participantes do setor. A corretora StoneX afirmou na terça-feira que a esperada recuperação da produção manterá os preços do açúcar bruto na ICE sob controle.
Nastari afirmou que os preços atuais do açúcar pressionarão países com custos de produção mais altos, incluindo alguns produtores europeus e a Índia.
“Também não há mais incentivo para expandir a capacidade de produção no Brasil”, afirmou.