Mercado do açúcar se recupera, mas ainda opera sob pressão de ampla oferta global

Mercado do açúcar se recupera, mas ainda opera sob pressão de ampla oferta global

Publicado em 02/06/2025 08:47 e atualizado em 02/06/2025 09:27

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O mercado do açúcar segue em recuperação nesta segunda-feira (02), com o contrato julho/25 negociado a 17,21 cents de dólar por libra-peso, alta de 0,94% na bolsa de Nova Iorque. O contrato outubro/25 é cotado a 17,39 cents, com avanço de 0,93%. Segundo atualização da Safras & Mercado, o tom negativo observado em abril se estendeu durante o mês de maio, refletindo expectativas de ampla oferta global ao longo da temporada 2025/26. Conforme estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção global de açúcar deve alcançar 189,318 milhões de toneladas em 2025/26, contra 180,754 milhões de toneladas em 2024/25, um crescimento de 4,73%. No mesmo relatório, o USDA projeta que o consumo global do adoçante será de 177,921 milhões de toneladas em 2025/26, ante 175,435 milhões estimadas para 2024/25, aumento de 1,4%. Com isso, o excedente global de oferta de açúcar deve mais que dobrar, passando de 5,319 milhões de toneladas em 2024/25 para 11,397 milhões de toneladas na temporada seguinte.

Além disso, o mercado acompanha ainda a dispara do petróleo nesta segunda-feira, com os preços subindo mais de 4% tanto no WTI, quanto no brent. No mesmo momento, o dóalr index trabalhava em queda no cenário internacional, abaixo dos 99 mil pontos.

 

No Brasil, a produção deve crescer e alcançar o recorde de mais de 45 milhões de toneladas, impulsionada por condições climáticas mais favoráveis nas lavouras de cana-de-açúcar. Na Ásia, a Tailândia deve produzir 10,3 milhões de toneladas, alta de 2%, reflexo de ganhos na produtividade e no volume de cana. A Índia também deve apresentar crescimento expressivo na produção, com aumento superior a 25%, totalizando 35,3 milhões de toneladas. O avanço decorre de clima favorável e expansão da área plantada.

Para o analista Maurício Muruci, da Safras & Mercado, os dados mais recentes da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) mostram queda na qualidade e quantidade da cana processada e contribuem para uma certa sustentação de preços no curto prazo, embora limitada. “O mercado de Nova Iorque vinha sendo pressionado por múltiplos fatores de baixa, e os números da Unica agora apenas ajudam a estancar um pouco essa queda”, explica.

 

Por:

Ericson Cunha

Fonte:

Notícias Agrícolas

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