Exportações brasileiras em setembro mostram recuo

  1. Expectativa de exportações da Índia
    A Índia, segundo estimativas da Indian Sugar & Bio-energy Manufacturers Association, deve produzir cerca de 34,9 milhões de toneladas de açúcar na safra 2025/26, com consumo doméstico projetado entre 28,5 e 29 milhões. Depois de atender esse consumo e as demandas de etanol, haverá excedente para exportação. Reuters

  2. Queda na produtividade no centro-sul do Brasil
    Dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apontam queda na produtividade média dos canaviais em agosto (77,5 t/ha), retração de 1,65% em comparação com agosto de 2024. O ATR (Açúcar Total Recuperável) também caiu 2,9%. No acumulado da safra 2025/26, produtividade e ATR continuam em tendência de queda. Reuters

  3. Exportações brasileiras em setembro mostram recuo
    Até dia 10 de setembro, o Brasil havia exportado ~769.037 toneladas de açúcar, com receita de ~US$ 325,4 milhões. Em comparação com o mesmo período de 2024, houve queda no volume exportado, no valor diário médio e no preço médio por tonelada. Notícias Agrícolas+1

  4. Volatilidade global com influência da Índia
    O mercado sente os reflexos da expectativa de que a Índia autorize exportações entre 1-2 milhões de toneladas, o que pressiona os preços internacionais para baixo. Há também forte concorrência entre fornecedores globais (India, Tailândia, Brasil). Notícias Agrícolas+2MINUTO MT+2


🔍 Análise

  • O cenário atual mostra um equilíbrio delicado entre oferta e demanda global. A Índia, com estoques relativamente altos e expectativa de produção robusta, pode aumentar sua participação como exportador. Isso pode exercer pressão descendente sobre os preços globais do açúcar bruto e refinado.

  • No Brasil, embora haja uma grande safra em curso, há sinais de deterioração da produtividade e da qualidade da cana (ATR menor), o que pode limitar a competitividade. As usinas brasileiras podem enfrentar margens mais apertadas se os custos subirem ou se o câmbio não favorecer.

  • As exportações brasileiras estão em retração, tanto em volume quanto em receita média. Isso sugere que o Brasil enfrenta dificuldades competitivas, seja por fatores climáticos, custo de produção, ou pela valorização cambial.

  • Há oportunidades: produtores que ajustarem bem os custos, otimizarem produtividade, e souberem aproveitar os preços de etanol como uma opção podem mitigar impactos. Também será importante acompanhar decisões de política de exportação da Índia e intervenções que possam afetar tarifas ou subsídios.

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