A semana começa com o mercado de açucar em alta nas bolsas internacionais, com o contrato maio/24 de Nova Iorque negociado a 19,70 centavos por libra peso, 1,55% acima do último fechamento. O julho/24 ganha 1,41%, sendo negociado a 19,36 cents/lb. Em Londres o saldo também é positivo em cerca de 1%, com a tonelada negociada a 570 dólares.

Na semana passada, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) trouxe o primeiro levantamento de produção da safra 24/25. De acordo com a instituição, o Brasil deve produzir 685 milhões de toneladas, redução de 3,8% em relação à safra anterior. De acordo com a análise, os baixos índices pluviométricos e as altas temperaturas registradas na região Centro-Sul causaram perdas na produtividade.

Apesar da redução na safra, a pesquisa aponta uma produção de açúcar estimada em 46,29 milhões de toneladas, um acréscimo de 1,3% ao obtido na safra anterior, recorde até então. Quando comparada com a safra 2023/24, com exceção da Região Norte, e os estados de Mato Grosso e São Paulo, apesar do maior direcionamento da cana-de-açúcar para a produção do adoçante em relação ao etanol, observa-se crescimento na produção de açúcar. O mercado favorável justifica esse valor, colocando, a atual safra, como a maior produção de açúcar da série histórica da Conab.

Já a produção total de etanol, somados os produzidos a partir da cana-de-açúcar e do milho, deverá reduzir 4% em relação à safra anterior. Quando analisado apenas o etanol oriundo do esmagamento da cana-de-açúcar, observa-se uma redução de 8%. Já o derivado de milho, apresenta crescimento de 16%. A estimativa indica, portanto, a produção de 34,18 bilhões de litros de etanol, a partir da cana-de-açúcar e do milho. Desse total, 15,18 bilhões de litros serão de etanol anidro e 19 bilhões de litros de etanol hidratado.

Em Minas Gerais, o segundo maior estado produtor do país, a abertura da safra 24/25 de cana-de-açúcar foi oficializada em evento organizado pela CMAA (Companhia Mineira de Açúcar e Álcool). A solenidade ocorreu em Uberaba e contou com a presença de lideranças do setor e representantes políticos. Na ocasião, a empresa divulgou que tem capacidade para processamento de 10 milhões de toneladas de cana e vem de um ano com resultados positivos, com aumento de 16,5% em receita líquida em 2023/2024 (R$ 2,54 bilhões) em relação a 2022/2023.

A estimativa é crescer 12% em 2024/2025, atingindo cerca de R$ 3 bilhões de faturamento. Esse resultado será puxado pela produção de açúcar, que supera 700 mil toneladas. A produção de etanol deve ser 2,9% menor, atingindo 340 mil m3. A produção de energia ficará em 380 mil MWh.