Estoques de açúcar no Brasil são revisados para mínima recorde, diz trading Wilmar
© Reuters. Canavialn1/01/2019nREUTERS/Marcelo Texeira
Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) – Os estoques de açúcar no Brasil no início da safra atual, em abril, estavam no nível mais baixo já registrado, em 900.000 toneladas, disse nesta quarta-feira a trading de commodities Wilmar, com sede em Cingapura, citando números do grupo industrial brasileiro Unica.
O chefe de pesquisa da Wilmar, Karim Salamon, disse que a Unica publicou uma revisão dos números de estoques, reduzindo os estoques de açúcar do centro-sul do Brasil no final de março, pouco antes do início da safra atual, para 1,9 milhão de toneladas, em comparação com as 4,3 milhões de toneladas estimadas anteriormente.
“Depois de uma revisão longa, detalhada e precisa dos estoques de açúcar do centro-sul, em que a Unica verificou usina por usina, os estoques foram revisados para muito menos”, disse Salamon. “É uma diferença surpreendente de 2,4 milhões de toneladas”, acrescentou.
Os dados dos estoques de açúcar da Unica não são públicos, ao contrário de outros números de produção que o grupo divulga semanalmente. Somente as empresas associadas ao grupo têm acesso a essas informações.
A Wilmar foi a principal participante no vencimento do contrato de açúcar bruto de outubro da ICE, recebendo todas as 1,7 milhão de toneladas que os traders enviaram à bolsa.
Os preços do açúcar bruto subiram 3% em Nova York no início da sessão de quarta-feira.
O mercado também está de olho na Conferência Internacional de Açúcar da Datagro, em São Paulo. No evento, a Orplana, associação de produtores de cana-de-açúcar do Brasil, projetou a safra centro-sul 2025/26 (abril-março) em 582 milhões de toneladas, ante 590 milhões de toneladas estimadas para 2024/25.
A usina de açúcar Santa Eliza, uma das maiores do Brasil, acredita que a produção do próximo ano será menor do que a projetada pela Orplana, de 560 milhões de toneladas, dizendo que a produtividade agrícola será baixa, em torno de 75 toneladas por hectare, devido à seca deste ano.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)